segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Um novo jeito

Um novo jeito
"É impossível controlar diretamente o diafragma.
O diafragma não tem terminações nervosas ou sensação..."
Estas e outras dicas valiosíssimas estão no texto compartilhado abaixo de Eleni Vosniadou com quem tenho o prazer e a sorte de aprender tanto no Curso Consciência Corporal para Músicos. 
Bom, e o mesmo me inspirou a escrever um tiquinho.
Sabe quando o professor de canto quando te diz "respira com o diafragma" ou "respira com a barriga". Isso necessariamente não faz muito sentido por que na verdade quem respira são os pulmões. Mas estas indicações são dadas para que direcionemos nossa atenção para esta região. Afinal, todxs nós vamos construindo um repertório de palavras que acesse o outro de forma mais efetiva e funcional.
O que acontece na região da barriga é que o diafragma empurra os órgãos para baixo e para todos os lados para criar espaço, e isso pode ser percebido a olho nu principalmente na região da barriga.
Ou seja, quando temos uma respiração livre de obstáculos ou tensões, respiramos utilizando todo o espaço disponível.
Temos uma respiração mais ampla.
Para entender um pouco esse espaço disponível, um bom exercício é observar sua respiração. Vamos contar com a ajuda de nossas mãos.
Sentadx
Coloque levemente uma de suas mãos por um instante sobre a barriga e a outra sobre o peito, ao mesmo tempo.
A medida que inspira e expira (não tente controlar a respiração) apenas observe como a parte da frente das costelas se expandem para frente, e sua barriga também.

Observe por um tempo.

Depois mude, coloque cada uma das mãos na lateral das costelas (sabe quando colocamos as mãos na cintura, só que vamos colocar as mãos um pouco mais pra cima, na lateral das costelas).
Agora observe o quanto elas se expandem.

Não se julgue (ai minha Santa Bárbara deveria ser mais... ai meu pai Oxossi deveria ser menos).
Apenas observe. Deixe os santos e os Orixás em paz.
No momento em que eu observo e entendo um pouco mais sobre como o meu corpo age e reage, tenho um ponto de partida para dar o próximo passo em relação as questões com o cantar.
Se eu entendo que minha respiração vai além dessa primeira impressão (torácica- respiração provavelmente mais curta) e tendo as mãos como ajudantes para um feedback, naturalmente a expansão virá de outro jeito.

Quando eu mando um comando novo para o cérebro de que: existe este outro espaço, que existe essa outra forma de sentir e perceber meu corpo e minha respiração, pronto. Já mudou.
Eu acordei algo em mim e no meu corpo. Acordei um novo jeito de me perceber, acordei um novo jeito de respirar.

Acordei um novo jeito de pensar.

Então como diz o poeta Xarlô, “ bora batê tambor pra acordar quem insiste em dormir, inclusive eu...”


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